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22 de agosto de 2011

DA INDÚSTRIA DA SECA À INDÚSTRIA DAS ENCHENTES: A VIOLAÇÃO DA DIGNIDADE ASSISTIDA COMO UM FATO NATURAL

      A situação denunciada pelo Jornal Nacional sobre os atingidos pelas enchentes em Alagoas revelam claramente a violação dos direitos humanos por parte do Estado. A ideia de acampamento por si só, em Alagoas, consiste numa prática absurda. A velha indústria da seca mostra sua força, agora  "Indústria das enchentes".
        Acampamento só em casos extremos 'para refugiados, por exemplo'. Aqui até infraestrutura para acampamento foi pensada como cozinha, banheiros, iluminação, isto já demonstra a clara intenção de submeter a população a longos períodos em condições subumanas. São ambientes inóspitos, sem segurança, calor infernal, doenças, violência, falta de privacidade, alimentação de baixa qualidade, condições de higiene precária... enfim, algo abominável.
          Tratando de atingidos pelas enchentes, Alagoas se tornou um Haiti brasileiro. Seria muito mais decente seguir o exemplo de Pernambuco que optou pelo auxílio moradia que vem sendo pago até o momento. As famílias teriam condições dignas de moradia, estariam livres dessas condições humilhantes e o Estado isento da responsabilidade de manter toda esta infraestrutura, inclusive muito mais econômico.
         O governo foi enfático, preferiu gastar só em compra de barracas mais de 17 milhões de reais, cada barraca tem um custo de implantação em torno de 4,5 mil reais. Prevaleceu montar os acampamentos que até hoje ainda, se quer foram concluídos. Santana do Mundaú foi um dos município que lutou para que os gastos com acampamento fossem revertidos em auxilio moradia, não conseguiu, mas também não se submeteu às imposições do governo e ninguém ocupou as barracas.
        Todas essas mazelas, assistidas como um fato natural, tem permitido um novo polo industrial, "a Indústria das enchentes e a perpetuação da miséria".


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