A ideia formada é de que muitos estudantes não trabalham, só estudam, como se estudar não requeresse muitos esforços.
O cotidiano dos estudantes da zona rural de Santana do Mundaú é um caso a parte, não basta o compromisso dos pais em colocá-los na escola, é preciso superar cotidianamente a longa distância, o cansaço, a jornada de até 10 horas por dia para sair e chegar da escola.
Esta dura realidade é percebida em particular com os estudantes do Assentamento Chapéu de Pena, Vila Munguba, gravatazinho, Serra do Cachorro, Amoras e Mirim. Alunos fazem diariamente um longo percursos, uma verdadeira peregrinação para chegar até a escola.
Busca-se alternativas para diminuir o sofrimento, como largar um pouco mais cedo os estudantes para que possam chegar mais cedo em casa. Em Chapéu de Pena, os estudantes precisam almoçar às 09 horas da manhã e só vão chegar às 07 da noite. Uma preocupação para os pais, todos os dias seus filhos precisam andar cerca de 08 km para pegar o transporte.
Qual o nível de rendimento escolar desses alunos? É fazer educação de faz de conta, os índices do IDEB desmascaram essa situação. O problema precisa ser enfrentado de forma objetiva, não se pode mais nos dias atuais submeter os estudantes a este tipo de situação. As estradas -o que não é coisa do outro mundo - devem receber a atenção do governo municipal e estadual, recursos, técnicas e máquinas não faltam. O que se faz com os alunos de boa parte da zona rural é um crime contra o futuro desses estudantes e contra a própria educação.
Estudantes do Assent. Chapéu de Pena 8km de caminhada diária
As comunidades rurais precisam se organizar, se unir para que políticas públicas cheguem até lá. É engano achar que a nossa realidade muda se a gente não intervir sobre ela.Nesse contexto,os estudantes podem e devem cobrar das autoridades o cumprimento de suas obrigações
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